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domingo, 28 de setembro de 2014

TAQUES SOB SUSPEITA

TARLEY CARVALHO
DA REDAÇÃO
 
O pré-candidato ao Governo de Mato Grosso pelo PHS, José Marcondes Muvuca, exigiu que o senador Pedro Taques abra o sigilo bancário de seus familiares para dirimir dúvidas que pairam sobre o financiamento da sua campanha ao senado em 2010. A suspeita é de que tenha havido depósitos nas contas de sua esposa, Samira Pereira Martins, e de sua mãe, Eda Gonçalves Taques. 

Caso se comprove os depósitos com valores que suspeita-se serem na ordem de R$ 870 mil reais, a descoberta poderia precipitar o fim da carreira política de Taques, já que ao pregar moralidade, o senador tido até então como impoluto, estaria incorrendo em crimes como Caixa 2, captação ilícita de recursos, evasão fiscal, fraude na declaração eleitoral, entre outros. Seu amigo e ex-senador Demóstenes Torres, que também posava de paladino da moral, teve seu mandato cassado por envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira e teve um ponto final em sua carreira pública.

O jornalista vem denunciando o senador desde 2011, e desde o primeiro artigo que escreveu, entitulado "A máfia de Pedro taques', vem sofrendo uma perseguição implacável pelo grupo político e financeiro do ex-procurador e agora senador. Muvuca foi tirado da rádio onde era comentarista, recebeu 10 processos, teve a Polícia Federal invadindo sua casa, foi perseguido pela Polícia do Senado a pedido de Taques quando fazia um levantamento a respeito de tráfico de influência em Brasília, quando buscava junto a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), um ofício do senador Taques para 'agilizar' a regularização de uma aeronave do seu maior financiador de campanha, Fenando Mendonça, além de ter sido exposto ao extremo em sua vida particular pelo senador.

Mas nenhuma ação truculenta de Taques e seu braço financeiro intimidou o jornalista, superando as adversidades pessoais ele continuou fazendo denúncias, não somente contra o senador mas contra praticamente toda a classe política existente no estado. Em suas andanças pelo estado, Muvuca diz que é contra toda essa 'camarilha' que se instalou no poder há mais de 30 anos. Seu discurso vem ganhando respaldo na sociedade e na última pesquisa do instituto nacional Vox Populi, ele foi o único pré candidato a crescer, enquanto os outros se estagnaram e Taques perdeu 4%.


Trégua

De acordo com Muvuca, tudo o que disse já foi esclarecido na prestação de contas do próprio senador, que revela o financiamento de sua campanha por empresários como Aldo Locatelli e Fernando Mendonça, ambos do ramo de combustíveis.  Mas, segundo ele, a "enxurrada" de processos estaria desaguando somente agora, em véspera de eleições, impedindo-o de fazer sua campanha livremente, já que toda semana tem uma audiência com pessoas do grupo de Taques, que "estão se revezando na tática da mordaça".
 
O pré-candidato propôs que a Polícia Federal quebre o sigilo bancário logo de sua esposa e acabe com esse mistério. "Se ele não tiver nada a esconder, não terá problema nenhum em revelar essas contas”, disse Muvuca. "Tudo o que foi falado no artigo é de conhecimento público, não foi uma declaração bombástica, porque está na declaração dele. Agora, estou abrindo uma nova suspeição, que é sobre caixa 2", completa.
 
A polêmica entre ambos começou em 2011 quando o jornalista supôs que a relação dos investidores da campanha de Taques estava diretamente ligada a suas 'canetadas', enquanto Procurador da República, em favor do setor de combustíveis, comprovadamente, os maiores doadores da campanha do pedetista ao Senado. “Não estou fazendo nenhuma acusação. Só quero que, se ele não tiver nada a esconder, autorize esse rastreamento, inclusive via conexões no Panamá, para mostrar que não houve caixa 2, que não recebeu dinheiro de amigos do Fernando Mendonça nas contas de seus familiares, no período eleitoral”, reiterou.
 
Mendonça, dono do Atacado Mendonça, um dos maiores doadores de campanha de Taques, é investigado na Operação Ararath, da Polícia Federal e teve mandado de busca e apreensão na 4ª fase. É apontado como um dos pivôs do esquema de lavagem de dinheiro operado por Júnior Mendonça e Éder Moraes. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o empresário fez seis depósitos na conta de campanha de Taques, com valores que vão de R$ 10 mil a R$ 100 mil, totalizando R$ 230 mil.
 
Além de processos movidos pelo senador, Muvuca responde a ação proposta pelo secretário de Comunicação de Cuiabá, Kleber Lima, e pelo presidente do Sindicato dos Distribuidores de Petróleo (Sindpetróleo), Aldo Locatelli. “O que causa estranheza é essa enxurrada de processos, todos do mesmo grupo e que estão caindo agora, nesse período pré-eleitoral. Isso causa um torniquete na minha candidatura, porque sou obrigado a estar na Capital aqui toda semana e me impede de ir para o interior, fazer minha campanha, tendo que ficar nessas questiúnculas jurídicas”, afirmou.
 
De acordo com o pré-candidato, Taques só compareceu a uma audiência de conciliação, em 2013, e, de lá para cá, vem postergando as datas. “Fui em todas elas, disposto disposto pedir na frente do juiz uma trégua para que eu pudesse fazer minha campanha em paz, desde que ele autorizasse a quebra do sigilo, já que moveu ações contra mim se dizendo ofendido, e já que foi ofensa e não tem nada a esconder, que dê exemplo e libere suas contas, e me libere também. Ele, no entanto, pediu resignação da data, sendo que não havia nenhum compromisso em Brasília, o que causa estranheza”, completou.

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